Do Caos aos Pré-Socráticos
O filósofo é movido pelo desejo de observar, contemplar,
julgar e avaliar a vida.
É
movido pelo desejo de saber. Mas quando começamos a aprender filosofia, temos a
impressão que ela é que um conhecimento que marca, que amar a sabedoria é
função e ordem do saber, a partir daí passamos a identificar que a filosofia é
a compreensão do todo o universo, expressada em vários momentos da história, é
a partir daí que começamos a compreender através de cada parte histórica como
surge as regras de pensamento.
Começamos
sempre com a mitologia grega, que é à base de muitas aventuras e epopéias
fantásticas que se tornaram os verdadeiros mitos gregos, ela é mais uma forma
de demonstrar as origens e as ideias da ordem do mundo, que deuses e heróis são
personificações na tentativa de explicar fenômenos naturais, que para sanar
seus questionamentos e dúvidas, os gregos consultavam os oráculos. A
transmissão das respostas era feita por sacerdotisas conhecidas
como pitonisas. Um oráculo bastante famoso foi o de Delfos, do deus
Apolo.
Assim
quando falamos das lendas, deuses e semideuses, entendemos que é uma religião
praticada na Grécia antiga, que esses quase humanos em aparências são imunes a
feridas e ao tempo, que a sua personalidade dita a e sua forma física são
partes da visão do mundo. A genealogia dos deuses (as primeiras ordens do
mundo), é explicar que do Caos surgem desdobramentos, Erebus e Nix nascem do
amor de Eros e o inicio da ordem da criação da terra tem Urano como seu esposo,
assim surgem os Titãs, Ciclopes e Hecatonquiros.
Ao
explicar o mito grego e entender o lógos, a história tenta nos convencer de
alguma forma e falar do panteão dos deuses é falar que eram associados aos
aspectos da vida humana. Afrodite é a deusa do amor; Ares deus da guerra e
Hades o deus dos mortos, senhor do tártaro. Na tentativa de personificar o
mundo cada divindade, cada entidade da mitologia representa bem mais que seres
transcendentes, algumas deidades como Apolo, Dionísio revelam uma complexidade,
Hélios o (sol), Deméter deusa da colheita. Mais exemplos da ordem dos deuses, a
divisão das gerações deles, demonstra a compreensão da ordem, onde aquelas que
criam o universo os Titãs eram forças primitivas e poderosas forças da
natureza. Os olimpianos aqueles que governam o mundo após a queda dos Titãs. Templos
dedicados aos deuses, locais de encontro dessas divindades, sendo o Olimpo
grego morada dos deuses, a maioria das cidades adoravam os deuses maiores com
rituais peculiares e tinham para estes lendas igualmente próprias.
Sendo
assim, quando não mais esse universo mitológico responde sobre o cosmos, esse
mundo ordenado, as cosmogonias deixam de ser uma tendência de responder através
da genealogia de deuses, a ideia agora da personificação dos elementos como
água, fogo, terra e ar, de relações sexuais entre eles para explicar a origem
de todas as coisas são uma nova visão de mundo.
A
partir de agora a nova tentativa de responder essa ordem primordial esse
princípio é através das cosmologias, ver que as intervenções externas e que o
princípio ou princípios geradores e diferenciadores, a arché dos seres não são
personalizados, já não são deuses, titãs “pessoas” e sim forças impessoais,
naturais, a água de Tales de Mileto, o apeíron de Anaximandro que é
indeterminado e infinito, aquilo que é Ar para Anaxímenes uma substancia,
pneuma apeíron, e por fim aquilo que Pitágoras diz que os números são a ordem
de tudo, a perfeição da realidade, são as novas ideias do surgimento do
universo, Heráclito definia que a vida era impulsionada pela luta das forças
contrárias, que o fogo é um elemento natural que gera transformações nos seres.
Assim os pré-socráticos os primeiros naturalistas científicos surgem para
responder ao mundo como a natureza, a physis representa o poder da ordem e da
hamonia, simetria assim como Pitágoras já tinha dito. Filolau, Arquitas de
Tarento, Demócrito, Parmênides com o imobilismo, são outros que contribuíram para
o avanço da nova ideia filosófica, de um novo conhecimento. A nova Filosofia, ao
contrário, se preocupa em explicar como e por que, no passado, no presente e no
futuro (isto é, na totalidade do tempo), as coisas são como são não admite
contradições – exige explicação coerente e racional.
Em
uma nova perspectiva temos os sofistas, caracterizada pelo interesse no próprio
homem e nas relações políticas do homem com a sociedade. Eram professores
viajantes que, por determinado preço, vendiam ensinamentos práticos de
filosofia. Ensinavam a Eloquência, a sagacidade mental e habilidade retorica. Podem
até ser os mercenários da filosofia, mas praticavam o ensinamento a sua forma
sem preconceito. São essas as questões pertinentes para a origem de um
pensamento filosófico, numa perspectiva nova dentro do universo grego da
sabedoria.
Texto
Professor Alan Aparecido Gonçalves
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